Para quem achava que a polêmica envolvendo o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, e os jornalistas estava superada depois que o treinador se reuniu com o presidente e o vice-presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) na última sexta-feira, um novo capítulo dessas desavenças foi escrito neste sábado.
Depois da vitória por 3 a 2 sobre o Goiás, na Arena Barueri, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o comandante palmeirense decidiu não conceder a tradicional entrevista coletiva aos repórteres. Essa posição foi encarada como uma resposta à bem-humorada “recepção” que teve Felipão na chegada da delegação alviverde à Arena.
Os jornalistas se posicionaram no saguão do estádio, no setor reservado à imprensa para as entrevistas com jogadores e comissão técnica no momento da chegada das equipes, usando narizes de palhaço. Ao ver a cena, Scolari esboçou um sorriso e passou direto, sem dar declarações.
O protesto irônico dos repórteres acontece três dias depois de o técnico do Palmeiras ter ofendido a imprensa durante entrevista coletiva dada após o empate de sua equipe com o Atlético-MG, por 1 a 1, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana.
O técnico Luiz Felipe Scolari foi recebido por repórteres com narizes de palhaço na Arena Barueri/Crédito da imagem: Agência Estado
Depois do protesto dos repórteres neste sábado, os próprios jogadores do Palmeiras não contiveram o riso ao passar pelos jornalistas com narizes de palhaço. Alguns atletas disseram que não estavam rindo dos repórteres, mas do protesto em si, e até entendiam o posicionamento da imprensa em relação ao episódio.
Nos vestiários, o atacante Kleber foi questionado se já havia sido chamado de “palhaço” e não reagido. “A gente respeita (o protesto dos repórteres), mas isso não influencia em nada para a gente. Eu já fui chamado de palhaço e tive que ficar quieto algumas vezes. Em outras vezes, não. Já aconteceu de engolir algumas coisas”, afirmou o atacante.
Na última sexta-feira, o maior ídolo da torcida palmeirense e um dos líderes do elenco, o goleiro Marcos, foi “escalado” pelo clube para dar entrevista coletiva na Academia de Futebol – exatamente no lugar de Luiz Felipe Scolari, que normalmente fala nos dias anteriores aos jogos. Felipão não quis atender aos repórteres, e o goleiro tentou apaziguar os ânimos.
“Depois o Felipão vai conversar com vocês, ou vocês vão conversar com o Felipão, e eu não quero me meter nisso”, disse o goleiro pentacampeão mundial na ocasião. “Ele vai falar depois do jogo? Então o negócio é torcer para o Palmeiras vencer bem”, completou Marcos, arrancando risos dos jornalistas. O Palmeiras venceu, mas Felipão não falou. E a polêmica continua.
ESPN
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