Sérvios promovem baderna e jogo é suspenso na Itália

VIOLÊNCIA DE SÉRVIOS NA ITÁLIA LEVA A ADIAMENTO DE PARTIDA

Rastro da fumaça indica de onde veio o sinalizador: vandalismo causou adiamento da partida

Uma briga envolvendo torcedores radicais sérvios causou a suspensão da partida entre Itália e Sérvia, nesta terça-feira, em Gênova, pelo Grupo C das eliminatórias da Eurocopa de 2012. Chamado de “ultras”, cerca de 300 pessoas (eram aproximadamente 1.600 no total) implantaram tumulto e insegurança dentro e fora do estádio Luigi Ferraris ao lançarem fogos de artifício, bombas de fumaça e sinalizadores contra os italianos. Ainda não há indicações de nova data para o duelo. Até mesmo uma confirmação de vitória da Azzurra não está descartada.

O jogo chegou a ser iniciado com 37 minutos de atraso (estava marcado para às 15h50), mas novos sinalizadores atirados contra o goleiro Viviano, logo aos 6 minutos, deflagaram o que já estava claro: não havia condições. Os times chegaram a entrar em campo no horário correto, só que petardos lançados pela torcida sérvia levaram todos de volta aos vestiários. Segundo a imprensa italiana, muitas famílias também deixaram o estádio antes do apito inicial do árbitro escocês Craig Thomson ao verem polícia e bombeiros em campo.

Torcedores causaram tumulto e insegurança dentro e fora do estádio

Até o momento, três sérvios foram presos e 15 ficaram feridos em confronto com a polícia nos arredores do Luigi Ferraris. Os "hooligans" teriam pichado um dos palácios mais importantes da cidade e atacaram um carro de polícia, além de provocar outros atos de vandalismo. A polícia colocou a partida como de "alto risco" para a população.

Na sexta-feira, após a derrota da Sérvia para a Estônia, por 3 a 1, em casa, as torcidas do Estrela Vermelha e do Partizan já haviam brigado na capital Belgrado. Na última segunda, o goleiro Stojkovic foi ameaçado e teria se recusado a jogar. Em determinado momento da confusão no estádio, o capitão Dejan Stankovic precisou puxar a fila de jogadores sérvios pedindo calma para a torcida. Sinisa Mihajlovic, ídolo sérvio e treinador da Fiorentina, também desceu da tribuna para ir ao campo. Nada adiantou. No fim, os jogadores italianos foram aplaudir a torcida como forma de agradecimento.

Italianos solidários ao choro de Stankovic e medo de goleiro sérvio

Jogador do Inter de Milão, Stankovic chorou ainda no gramado ao ver violência dos sérvios

Os italianos mostraram-se solidários aos jogadores da Sérvia nesta terça-feira, depois de torcedores do rival terem causado um tumulto tão grande no estádio Luigi Ferraris, em Gênova, que a partida foi cancelada pela Uefa. O técnico Cesare Prandelli afirmou que o goleiro Vladimir Stojkovic estava tremendo no vestiário, enquanto o capitão Dejan Stankovic chegou a chorar no gramado.

Um grupo de radicais da Sérvia criou brigas e confusões no estádio antes do jogo, que começou com 37 minutos de atraso. A bola chegou a rolar por seis minutos, mas sinalizadores foram atirados contra o goleiro Viviano e o árbitro escocês Craig Thomson decidiu suspender a partida válida pelo Grupo C das eliminatórias da Eurocopa de 2012.

- Nunca vi uma coisa dessas - disse o Prandelli, ainda assustado com a violência.

Segundo o treinador, os jogadores italianos levaram um susto quando desceram para o vestiário e encontraram o goleiro Stojkovic tremendo.

- Não entendemos, e um intérprete nos explicou. Ele tinha sido ameaçado e tima pela sua segurança. Até os jogadores sérvios tinham a impressão que o comportamento dos torcedores foi intencional para suspender a partida - afirmou o treinador.

O goleiro Viviano, que quase foi atingido por um sinalizador, disse que ficou comovido ao ver Stankovic, que atua pelo Inter de Milão, chorando ainda no campo por causa da violência.

- Era impossível ficar no gol, tinha que ficar de lado para evitar a fumaça. Não é normal um jogo terminar assim. Stankovic chorando... Falei para o árbitro que era impossível jogar daquele jeito - lembrou.