O belo mosaico dando boas-vindas a Ronaldinho Gaúcho escondia a ansiedade que logo tomaria conta do Engenhão lotado. Numa imensa vontade de ver o craque em ação, a torcida vibrava com cada toque na bola. Faltou brilho, mas mesmo com a estreia apagada do novo capitão, o Flamengo conseguiu uma vitória suada sobre o Nova Iguaçu graças ao oportunismo do coadjuvante Wanderley, que entrou para tirar o zero do placar e sacramentar a vitória de 1 a 0.
Com o resultado, o time de Vanderlei Luxemburgo chega aos 15 pontos, na liderança do grupo A com 100% de aproveitamento. O Nova Iguaçu segue em quarto, com oito. Na próxima rodada, o Flamengo tem pela frente o Boavista domingo, em Macaé, enquanto o Nova Iguaçu enfrenta o Resende, fora de casa.
Antes do jogo, Ronaldinho recebeu das mãos do lateral-direito Leonardo Moura a braçadeira de capitão. A partir de agora a responsabilidade caberá ao craque gaúcho, que não esperava encontrar marcação tão forte no primeiro tempo. Mostrando muita vontade, o camisa 10 encontrou vários obstáculos laranjas pela frente. Os jogadores do Nova Iguaçu não davam espaço e o craque errava muitos passes.
Quem ameaçou primeiro foi o time da Baixada Fluminense. Aos 9 minutos, após contra-ataque muito rápido, a bola chegou em William Barbio na área. O atacante logo acionou Alex Faria, que perdeu gol cara a cara com Felipe. A classe de Ronaldinho pôde ser vista aos 21, em toque de calcanhar que terminou em tabela com Deivid e chute forte de Renato para fora.
Ronaldinho tentava muitos cruzamentos, mas a zaga do Nova Iguaçu levava a melhor. Aos 37, ele arriscou em cobrança de falta, obrigando o goleiro Diogo a se esticar todo para mandar para escanteio. Na saída para o intervalo, Ronaldinho deu o tom das dificuldades encontradas.
- Está difícil, eles estão marcando bem, estão bem fechados - disse ele que, perguntado se estava emocionado com a recepção, resumiu. - Demais.
O Flamengo não voltou bem para o segundo tempo e o técnico Vanderlei Luxemburgo logo fez duas alterações. Aos 13 minutos, Bottinelli e Wanderley entraram nas vagas de Vander e Deivid.
Ronaldinho voltou muito apagado. Só acordou aos 23 minutos, quando deu uma entrada dura em Alex Faria, mas não foi punido pela arbitragem. Logo depois, balançou os braços pedindo apoio da torcida rubro-negra, que até então fazia silêncio. Foi o ponto de partida para a massa rubro-negra recomeçar a cantar.
Com as alterações, o Flamengo cresceu na partida, mas o goleiro Diogo ia fazendo defesas em sequência. Aos 35, por exemplo, Leo Moura pegou bem e o camisa 1 do Nova Iguaçu defendeu em dois tempos. A última cartada de Luxemburgo foi a entrada de Egídio na vaga de Maldonado.
E o gol finalmente saiu aos 40 minutos do segundo tempo. Thiago Neves recebeu na ponta-esquerda e bateu cruzado, o goleiro Diogo deu rebote e Wanderley apareceu como um raio para tocar de bico e tirar o zero do placar: 1 a 0. Alívio no Engenhão.
BANGU 1 x 1 BOTAFOGO
Jefferson fez valer seu status de goleiro de seleção brasileira na noite desta quarta-feira, em Volta Redonda. Se não fosse pelas defesas de seu arqueiro, que pegou até pênalti, o Botafogo teria amargado resultado pior que o empate em 1 a 1 com o Bangu. Loco Abreu marcou para o Fogão na etapa inicial e Abílio empatou no segundo tempo.
O empate acabou com os 100% de aproveitamento do Botafogo na Taça Guanabara. Com 13 pontos, o time de Joel Santana está muito próximo da classificação às semifinais. Na próxima rodada o Botafogo tem o clássico com o Fluminense, domingo, no Engenhão. O Bangu encara a Cabofriense, sábado, em Moça Bonita.
O primeiro tempo do Botafogo foi praticamente nulo. Não fosse por Jefferson e por Diego Padilha, o Alvinegro teria ido para o intervalo amargando uma derrota. O goleiro brilhou com várias defesas, como tem sido até rotina no Carioca. E Diego Padilha? Bem, o zagueiro do Bangu, enquanto se enrolava na marcação a Loco Abreu, colocou a mão na bola de forma boba após cruzamento de Márcio Azevedo. O pênalti foi marcado e Loco bateu com categoria, aos 25 minutos, para marcar o gol solitário da etapa inicial.
Solitário porque Jefferson fez grandes defesas aos 15 e aos 20, e o Bangu ainda perdeu chances com Pipico, André Barreto e Ricardinho concluindo para fora. Se a turma de Moça Bonita tivesse colocado o pé na fôrma, a história poderia ter sido diferente.
O goleirão do Botafogo voltou a ser exigido - e muito - no segundo tempo. Aos 17 minutos, Fahel cometeu pênalti sobre Fabiano Silva. Pipico bateu à meia-altura, no canto direito, e Jefferson saltou para defender. Aos 32, não teve jeito. Jefferson ainda fez grande defesa em chute de Pipico, mas o rebote sobrou para Abílio, sozinho, completar para o gol vazio: 1 a 1.
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