O Náutico tentou sufocar a Lusa logo de saída, e criou várias chances nos primeiros cinco minutos. Numa delas, aos quatro minutos, Bruno Veiga cabeceou sozinho na grande área e a bola passou bem perto.
Mas aos poucos a Portuguesa cadenciou e equilibrou a partida, ajudada pelos erros do Náutico, que tiraram a paciência da torcida da casa. A primeira chance lusa veio aos seis minutos e levou muito perigo. Dodô recebeu na grande área, dominou, cortou o zagueiro e obrigou Gledson a se esticar para espalmar antes da chegada de Kempes.
Com o controle das ações no meio-campo em boa parte do primeiro tempo, a Portuguesa impedia as chegadas do Náutico, que só voltou a ameaçar perto do fim da etapa inicial, numa série de oportunidades bloqueadas pela defesa rubro-verde.
No segundo tempo, o Náutico voltou a atacar desde o começo, e acertando mais, enquanto a Lusa não conseguiu repetir o controle do jogo da primeira etapa, e teve que contar com uma série de intervenções impressionantes de seu goleiro Weverton.
O camisa um da Lusa salvou uma cabeçada precisa de Tiago Lima aos oito e impediu Geilson de abrir o placar por duas vezes: espalmou outra cabeçada aos 23 e deteve um chute forte e cruzado aos 28.
A Portuguesa também teve sua cota de gols perdidos com Dodô, aos 18. Após cobrança de escanteio, Thiago Gomes desviou no primeiro pau, mas o artilheiro dos gols bonitos disperdiçou a chance quase debaixo da trave. E aos 29, o lateral Fabrício pegou uma sobra no ataque e soltou a bomba, que explodiu no travessão.
Depois de tanto salvar a Lusa na partida, Weverton acabou por contribuir decisivamente no lance em que o Timbu abriu o placar, aos 31 minutos: o meia Francismar arriscou chute forte de fora da área, e o arqueiro foi na bola, mas não achou nada.
Para piorar a situação da Portuguesa, o lateral Fabrício acertou uma rasteira por trás em Tiago Lima, foi expulso e, descontrolado, se recusava a deixar o campo. Teve que ser contido pelos próprios companheiros, que o acompanharam até a saída.
Aos 42, a Portuguesa ainda perdeu uma última chance de empatar: Thiago Gomes apanhou um rebote de Glédson e, mesmo com o goleiro caído, bateu por cima do gol. Não era mesmo um bom dia para se comemorar aniversário.
TORCEDOR-SÍMBOLO DA PORTUGUESA E EXEMPLO DE SUPERAÇÃO!!!
CONTEÚDO MUITO INTERESSANTE EXTRAÍDO DO LANCE.NET. VALE A PENA ACOMPANHAR:
Marcus é o torcedor-símbolo da Lusa
Marcus contraiu poliomielite (paralisia infantil) com 1 ano, o que não o deixa utilizar as pernas, mas não o suficiente para o impedir de acompanhar o time do coração.
– Saio do serviço (em Santo André) e vou de carona com meu amigo, Felisbel Pires. Depois do jogo, ele me deixa no Terminal São Mateus, onde pego o ônibus de volta para casa, em Itaquera. Tudo isso acordando às 4h30 no outro dia, mas pela Lusa vale a pena.
Tanta paixão chamou a atenção do vice-presidente Luiz Iaúca, que o autorizou a conhecer os jogadores da Portuguesa no vestiário:
– Sempre tive vontade de entrar, mas o segurança barrava. Um dia, Iaúca disse: “Esse sim é um torcedor presente, deixa ele entrar”. Héverton é muito humilde, nota 10. Athirson também é simpático.
Porém, nem só de bons momentos é feita essa paixão. Marcus já passou por apuros, como no jogo de volta da Copa do Brasil contra o Icasa, em 2009, no qual a Portuguesa acabou eliminada nos pênaltis:
– Na briga que teve no jogo contra o Icasa, em 2009, quase apanhei da polícia. Sorte que a torcida me socorreu e me tirou da confusão.
O episódio não desanimou Marcus, que continua indo a todos os jogos da Portuguesa no Canindé.
– O pessoal brinca que sou o único cearense que torce para a Lusa, mas realmente é o time do meu coração – finalizou Marcus.
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