Fifa bane acusados de vender votos em escolha de sedes da Copa

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Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, a Fifa anunicou o resultado das investigações e as punições aos membros do Comitê Executivo que foram acusados de corrupção pelo jornal inglês "Sunday Times" em meados de outubro. De acordo com a notícia publicada no mês passado, dirigentes da Fifa teriam pedido dinheiro em troca de seus votos na eleição das sedes das Copas 2018 e 2022.


Depois de quase um mês de investigações, o Comitê de Ética da Fifa decidiu punir os envolvidos no caso de acordo com as infrações cometidas, mas não especificou quais foram as irregularidades, limitando-se a explicar que os dirigentes punidos infringiram o artigo 3 do Código de Ética da entidade (regras gerais) e que as sanções variam de acordo com as infrações.


O taitiano Reynald Temarii, um dos vice-presidentes da Fifa e presidente da Confederação de Futebol da Oceania, e o nigeriano Amos Adamu, membro do Comitê Executivo, ambos acusados de aceitarem suborno, foram banidos de qualquer atividade relacionada ao futebol por um e três anos, respectivamente. Além disso, Temarii terá de pagar uma multa de R$ 8,7 mil, enquanto Adamu foi multado em R$ 17,4 mil.


O presidente do Comitê de Ética da Fifa, Claudio Sulser, que liderou a entrevista coletiva, não especificou exatamente quais tinham sido as infrações cometidas pelos dois dirigentes, mesmo quando perguntado duas vezes sobre o assunto.


- As penas são diferentes porque as violações foram diferentes. Tomamos essa decisão com base no princípio da proporcionalidade: sanções proporcionais às ofensas - respondeu Sulser.


Após cumprirem as penas, Temarii e Adamu, que têm 10 dias para entrar com um pedido de apelação perante o Comitê de Apelação da Fifa, podem retornar a exercer atividades relacionadas a futebol, podendo, inclusive, concorrer novamente a um assento no Comitê Executivo da entidade.


Outros quatro membros da Fifa receberam punições e multas por envolvimento com corrupção. No entanto, suas infrações também não foram especificadas. São eles:


- Slim Aloulou, presidente da Câmara de Resolução de Disputas da Fifa e membro do Comitê de Status dos Jogadores - banimento de qualquer atividade relacionada ao futebol por dois anos e multa de R$ 17,4 mil;

- Ahongalu Fusimalohi, sercretário-geral da Federação de Futebol de Tonga - banimento de qualquer atividade relacionada ao futebol por três anos e multa de R$ 17,4 mil;

- Amadou Diakite, membro do Comitê de Árbitros da fifa - banimento de qualquer atividade relacionada ao futebol por três anos e multa de R$ 17,4 mil;

- Ismael Bhamjee - membro honorário da Confederação Africana de Futebol - banimento de qualquer atividade relacionada ao futebol por quatro anos e multa de R$ 17,4 mil.


Quanto à suposta formação de aliança entre os comitês de candidatura de Portugal-Espanha e do Qatar, que estariam combinando votos entre si, o que é proibido pelo Código de Ética da Fifa, Sulser informou que as investigações não rencontraram provas suficientes para concluir que uma aliança fora feita, e os comitês não sofrerão qualquer sanção.


Sulser comentou ainda que as notícias publicadas pelo "Sunday Times" tiravam de contexto as declarações do membros acusados de corrupção e acusou o jornal de sensacionalismo.


- Não tenho nada contra o jornalismo investigativo, mas eles não deveriam ter distorcido a verdade. Ser jornalista implica certas responsabilidades. Eles publicaram um vídeo de quatro minutos, mas nós analisamos horas de material gravado, que, se tirados de contexto, podem distorcer os fatos - disse Sulser.



Segundo Valcke, Fifa teve a imagem arranhada



O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que também participou da coletiva, afirmou que a imagem da Fifa sai bastante arranhada deste episódio.


- Os danos causados à imagem da Fifa são muito grandes. Agora, quando se fala da Fifa, fala-se de corrupção. A Fifa é uma organização grande, com muitos interesses, e estamos tentando trabalhar com total transparência - declarou o dirigente.


Valcke ainda recusou emitir uma opinião sobre um possível dano à candidatura inglesa à Copa de 2018, já que o jornal autor das denúncias é da Inglaterra.


- Você quer a minha opinião pessoal? Não sei. O que você acha? Não posso responder esta pergunta. Boa sorte à Inglaterra - respondeu Valcke.


O presidente da Fifa, Joseph Blatter, não participou da entrevista.


Com o encerramento das investigações de corrupção no processo de eleição das sedes das próximas Copas, a votação permanece agendada para o dia 2 de dezembro, em Zurique, na sede da Fifa. Os membros do Comitê Executivo punidos não participarão da eleição, o que reduz para 22 o número de votantes. Em fevereiro, no próximo Congresso da Fifa, serão eleitos dois novos membros do Comitê Executivo para substituí-los.



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