Por: Gabriel Nogueira (nogueiracontato@hotmail.com.br)
O
Brasil venceu e bem a equipe do Japão no sábado, com bela atuação de
Neymar. Quebra de jejum, dribles, tabelas e finalizações. Serviu o
básico do seu cardápio, já convidando os demais estrangeiros a degustar
um pouco do talento brasileiro. O camisa 10 da seleção brasileira estava
visivelmente mordido, querendo muito demonstrar serviço e assim o fez.
No
domingo, o incompreendido Balotelli deu a vitória para a Itália diante o
México, em uma partida que por alguns momentos foi truncada, mas no
final se sobressaiu a qualidade técnica e os lances chaves foram
detalhes. Sério, o 9 italiano foi protagonista a cada minuto. Assumiu
sua responsabilidade impondo suas características.
Já o Uruguai de Suárez foi derrotado pela Espanha, que construiu sua vitória com iniciativa, volume de jogo e competência para converter as chances criadas. Além disso, teve autodomínio. Ainda que tenha perdido, o artilheiro mostrou a que veio. Tentou, errou – e muito, mas foi presenteado pela persistência e coroado com um lindo gol em cobrança de falta.
Tanto
o autor do 1º gol sobre os orientais, o definidor da partida contra os
mexicanos e o relutante – e carnívoro – uruguaio são dilemas nas
arquibancadas e demasiadamente expostos pela mídia. E acredite: uma
situação completa a outra, embora não seja em resumo apenas isto. Mas
tanto é fato que em todos momentos os quais eles protagonizavam,
torcedores se dividiam com vaias e aplausos. Seus estilos irreverentes
causam, mas sobretudo Neymar representa o Brasil como poucos, honrando
nossas cores com seu popular lema posto em prática: Ousadia e alegria.
A
ira dos brasileiros diante a postura do recém-contratado pelo Barcelona
se dá devido o clubismo predominante no país. Muitos confundem, mas o
clubismo é simplesmente torcer para algum clube. Claro, há casos mais
elevados, porém não existe clubistinha ou clubistão. Pois quem torce
pode até criticar, mas sempre vê sua equipe com maiores possibilidades,
portanto faz críticas construtivas. Mas, é clubista. O nome já diz tudo,
basta procurar o significado. Ponto. Agora, o grande erro é quando não
sabem separar, desligar o chip do clube, trocando-o pelo da seleção.
A
mídia entra na parada com a insistência em divulgar em que balada
fulano foi, que mulher ele se relacionou, e assim por diante. Além do
negócio chamado “opinião”, que eu tenho a convicção que é uma grande
bobagem. Todo mundo quer falar, mas poucos estão aptos e em outros casos
não cabe “opinião” p... nenhuma. Jornalismo é informação precisa e
relevante. Uma coisa é notícia, outra matéria e outra coluna. Quem não
sabe, também não misture as coisas, por favor. É preciso
responsabilidade. Claro que o torcedor deve ter voz, liberdade de
expressão, mas quem usa a mídia para se manifestar, é fundamental ter
consciência do que fala.
Engraçado,
reclamam da impunidade mas fazem insultos racistas para Balotelli,
chamam esse ou aquele de viado, atingem a moral. Imagina como é difícil
quando você é famoso. Não concordo com esse papo de “já está
acostumado.” Quem viu a coletiva do Neymar antes da estréia na Copa das
Confederações entendeu o recado, e olha que no momento eram mais
críticas dentro de campo. Agora, imagina quando atacam o seu caráter?
Lembrando que caráter vem também de seus hábitos e estilo (já dizia
Paulo Coelho). Ninguém pode ficar demasiadamente criticando um corte de
cabelo, na verdade é crime. Agradeçam por eu não ser um desses três,
acima de tudo o camisa 10 da seleção brasileira, pois eu contrataria
pessoas para ficar pesquisando quem falasse algo ofensivo a mim nessas
redes sociais - que têm alguns babacas, e depois denunciaria todos. Com
calma, um por um.
Quem
faz o país é o povo e todos são responsáveis pelos reflexos, inclusive
eu. Ainda que eu tenha essa iniciativa, sigo tendo culpa também por tudo
que acontece no Brasil. Só que cada um se posiciona de uma maneira,
portanto, o que para você é errado pode não ser para outra pessoa. Uma
coisa é a culpa, a outra é o erro. E o erro não é democrático, ou pelo
menos não deveria ser. Creio que o correto seria ser algo individual,
cada um com sua cabeça e consciência. Agora, as leis estão aí e você que
vai no estádio xingar só porque pagou o ingresso, saiba que será
castigado seja por quem for, independentemente de sua fé ou afins, mas
inevitavelmente será. Ou melhor: já está sendo. Xinga fulano de viado e
no outro dia cicrano estupra seu filho. Já diria racionais: Uh, uhu. Pau
no seu c...
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